
Encontro
Data 13/08/2021 12:12:02 | Tópico: Poemas
| Quando estive só, a ouvir o distante som de flauta Era a doce fumaça de meu cachimbo, a companhia Enquanto os dias, um após o outro, se arrastavam Ao olhar preguiçoso dos ponteiros do meu relógio Mas existiu um minuto, entre tantos, bem à janela Que um efêmero perfume de jasmim invadiu a sala Fez meus lábios desejarem cantar uma música leve Como o som que só as primaveras poderiam trazer Vejo de passagem na calçada, fugaz como miragem Uma brilhante silhueta, a trazer nos olhos um céu Na boca o carmim das amoras com frescor de mel Os cabelos a ondular como o vento ondula a relva Nasceu-me, de imediato, o desejo de abrir as asas Para voar reinventado em direção daquelas ancas Pois, eu sabia que ali nascia uma paixão profunda Que a tudo que não fosse para amar, emudeceria E ela me olhou nos olhos, para pôr fim à distância Meu coração se fez de alegria, um bosque em flor Liberto de longas e rotas noites cheias de solidão Então chegara ao fim um atroz tempo de esperas Para de novo mergulhar no doce perigo que é amar
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