manobra de heimlich

Data 01/11/2021 09:59:20 | Tópico: Poemas

era o ocaso das vinhas
quando deixei de o escutar
paramentou a minha pele
um desapego terno
cor de malvasia
e com palavras de desmando
comedido
coroado de porcelana
atendi antes ao perfume das colmeias
e ao destino das fadas
se chorei
foi como o dobrar de uma campânula
vi vivi vir virginal

a nave central destes socalcos
insiste no amor que move o sol
e as mais estrelas

que por pudor não deveria recordar
mas sempre foi assim
o abraço que me salva
é o mesmo
que por causa daquelas rugas
das minhas
me asfixia


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