FUTEBOL... DECADENTE!

Data 29/04/2008 13:14:09 | Tópico: Textos -> Crítica

Há mais de 63 anos, sou torcedor do Clube Atlético Mineiro. Iniciei ouvindo os jogos pelo rádio, pois, ainda não existia a televisão. Às vezes, sem rádio livre em casa, tinha que ir para as ruas da minha querida Diamantina e, entrar num bar, onde bebia um refrigerante, que fazia durar por noventa minutos, uma vez que, sem gastar, o dono nos mandava sair e, desocupar a mesa.

Naqueles idos de 1 945, os outros esportes coletivos eram pouco difundidos, com o Futebol tomando conta dos noticiários, sendo a paixão dos seus torcedores, independente da faixa etária dos ouvintes.

Paulatinamente, os outros esportes foram crescendo e, absorvendo alguns torcedores, que se desgostava com as derrotas do seu time futebolístico.

A maioria dos jogadores de futebol era pobre e, para a sua subsistência e a dos seus dependentes, tinha que ter outra ocupação para manter-se e à sua família, limitando-se a jogar bola nas folgas do seu outro trabalho. Conheci jogadores que jogavam até três partidas de futebol, nos domingos, feriados e dias santificados, em horários alternados das disputas e, agüentavam esse acúmulo físico sem a ajuda dos médicos, preparadores físicos etc. Na garra e, Raça... Pura!

Com o evento do profissionalismo e, assistências técnicas, médicas e físicas, dadas aos jogadores, ao em vez da aprimoração, passaram a surgir às lesões seqüentes com afastamentos contínuos da bola e dos treinamentos, ou seja:A força de vontade nata dos atletas cedeu ante a possibilidade de receberem pagamentos sem o... Trabalho!

O profissionalismo, em vez de aprimorar a técnica coletiva, acabou por diminuí-la, em prol da sua valorização pessoal e individual.

Aposto, contudo, sem poder comprovar plenamente, de que, muitas lesões simples ocorridas, poderiam, tranqüilamente, serem superadas pelos atletas que tivessem amor pelo seu clube e torcedores, desafiando a lesão e... Entrando em campo para o jogo! Já ouvi e, vi determinadas lesões apresentadas, que não haveria motivos de dispensas, tais como:

- Lesões leves nos braços, com o atleta não sendo goleiro e, só usando as pernas e a cabeça para a disputa.
- Lesões gastrointestinais e, até diarréia, que podem ser curadas com medicamentos, em poucos minutos.
- Cortes superficiais nas orelhas e mãos, os quais, não são usados nos jogos, com exceção do goleiro.

Com o evento do profissionalismo, começaram a transcorrer às elevações absurdas dos salários nos contratos de todos os envolvidos, inclusive os dirigentes, técnicos etc. sempre com a alegação de que, os principais deles, os Jogadores! Têm vida profissional curta, o que não justifica, pois, ao se afastarem do futebol, apenas, mudarão de emprego e função, se quiserem.

Recentemente, têm acontecido casos esdrúxulos, tais como:

—Coligação entre times que estão em disputa comum, onde, na certa, um irá cooperar ajudando o outro em prejuízo dos demais.

—Empréstimo de jogadores de um time para outro, em disputa comum, assim, na certa, ambos, tudo farão para prejudicar aos demais, não coligados.

—Técnicos que não comungam com o time que dirige, nele ficando, apenas, pelo salário! Como o atual do meu Atlético que, anteriormente, ao sair do clube para outro time de outro estado, disse, taxativamente: “Agora vou para um time grade!”

—Juiz, sem ser magistral, atuando com parcialidade, com isso, anulando todos os esforços de um dos times... A favor do outro!

—Enquanto, nos outros esportes, com campos reduzidos em relação ao de futebol, há vários juízes atuando independente um dos outros, no futebol, com campo muito maior, só há um juiz, os demais, são seus auxiliares sem voz ativa, em razão do juiz não ser obrigado a acatar às suas intervenções.

—Empates em partidas de futebol, às vezes, beneficiando terceiros que não estão jogando, prejudicando, com o empate, aos torcedores que vieram de longe à espera da vitória, quando, deveriam cobrar penalidades máximas até a vitória de um deles.

—Jogadores receberam “bichos” (Prêmios) por vitória conseguida, porém, com nada pagando quando são derrotados e/ou, jogam mal, como foi o caso de noventa por cento dos jogadores do meu “Galo” ao perderem, vergonhosamente, para o rival, por cinco a zero.

Por tudo isso e, mais alguma coisa omitida, o Futebol está perdendo um grande número de, até então, aficionados torcedores, para os outros esportes coletivos.

Espero que, para os meus netos e, os seus contemporâneos, esses e, outros, deslizes, sejam saneados, quando, então, o Futebol voltará a reinar nos corações de todos os seus adeptos, inclusive dos que, por os motivos por mim alegados, estão se afastando dos estádios e, hoje, mudando os canais de seus televisores e análogos.

Nota: Por nada neste mundo, abandonarei o meu Time de coração o... Galo Mineiro!

Sebastião Antônio BARACHO.
Conanbaracho@uol.com.br


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