Um texto sem motivo, apenas um texto de mim.

Data 29/04/2008 22:56:52 | Tópico: Textos

Um texto sem motivo, apenas um texto de mim.

Dia 29 de abril de 2008 – 08:59 hs.


É difícil escrever estas palavras. Pior ainda é saber que outras pessoas irão ler.


Não falei muito sobre mim, nem sobre minha vida. Na verdade deixei apenas alguns relatos (poucos, quase nada), mas que podem fazer compreender.

Talvez as expressões não foram bem colocadas, mas isso só a vossa resposta irá me dizer.


Primeiramente digo que não é nada simples escrever em palavras os sentimentos, muitos bem sabem disso. Pior ainda é assumir erros e expor um ítimo que só mesmo nós poderíamos compartilha-los conosco.
Não me vejo como uma coitada, ou aquela que todos tem pena. Me vejo como um alguém que passa pelo meio de todos despercebida de tais coisas. Caminho por entre as pessoas de meu convívio ou não. Todas me tratam normalmente, como um ser humano normal. Mas ainda existem aquelas cujas quais sinto forte apreço que me ignoram e me fazem um mal interior tremendo.
Talvez não exista sentimento pior do que a mágoa e o rancor. Isso sei que muito luto mas não consigo deixar. Já fui rejeitada antes mesmo de nascer. A minha infância não foi das mais conturbadas, pois preferiu minha Suprema (mãe) sofrer por mim o que a sociedade iria descriminar-me. Nada nunca veio fácil na minha vida, acredito que em poucas. Todos lutam muito para o presente e principalmente para o futuro. Mas como compreender o que ninguém compreende?
Imaginem uma menina com apenas 6 anos (ou menos), que sentia a rejeição e a mágoa de um que deveria ser feliz pela sua existência e saúde. Eu cresci com uma mágoa forte no peito. Quando pequena muitas vezes fingia que caia no chão, e por vezes me machucava de verdade, somente para poder ter um motivo concreto para chorar e ficar quietinha.
A facilidade de fazer amigos sempre esteve comigo, pela minha personalidade e pelo meu jeito de ser. Mas muitas vezes, quando me sentia triste, acabava me afastando dos coleguinhas de escola porque não queria que eles notassem tal coisa, coisa que no entanto eu mal compreendia. Conforme a vida foi se levando, fui conseguindo entender algumas coisas. Até hoje ainda não compreendo o motivo das minhas lágrimas quando criança. E des daquela época, aprendi a ficar entre as pessoas com um sorriso no rosto e com as lágrimas e mágoas por dentro. Hoje sei perfeitamente bem que faço isso pois não quero sustentar a idéia de que alguém possa vir a ter pena de mim.
Contar meus problemas, ora, talvez não precise, todos passamos por demasiados problemas na vida. A realidade é complicada, e difícil quando damos total importância a ela. Mas se não dermos, viveremos apenas de ilusões?
Não só de ilusões vive o homem – diz um vercículo da biblia.
As doenças mais comuns tratadas pelos médicos são por bactérias, vírus e microbios que invadem e se alojam em nossos organismos. Mas existem doenças que não são por esses motivos, mas que inexplicávelmente causam os mesmos sintomas.
Os rins não funcionam perfeitamente bem, a cabeça não para de doer nem com os mair fortes remédios que possam existir. A internação comprovou que no cérebro aparentente não tenho nada, mas a dor nao cessa, então suspeitam apenas de um stress. Os músculos do corpo doem demais, a coluna me judia, fora o ombro deslocado que tem fibromialgia e tendinite.
Mas o que mais me incomoda mesmo, é a dor que sinto no fundo do peito, uma mágoa tão grande, um vazio sem fim, um abismo que habita dentro de mim. Dói!
Consideram uma depressão sem motivos. Pra que motivos se a vida já é tão ruim.
Os problemas a cada dia vão se aumentando, mesmo tentando solucioná-los da forma mais correta possível. Já não sinto vontade de prosseguir. Tentei sim somper a fonte que me da vida. Quase concluí!
Mas uma voz forte falou em meu ouvido. “Ainda não chegou o momento”. Compreendi, apenas parei por mim e fiquei estática, com uma faca na mão. Noutra vez, que não demorou muito da outra, deparei-me em cima de um viadulto, do lado de fora da grade me segurando com uma só mão. Era 2 (duas) da manhã, e a rua pouco movimentada, olhei ao redor. Ninguém!. Era realmente tudo o que eu precisava, para que assim ninguém me impedice. Foi ali que ouvi a voz novamente, e como se não bastasse bem à minha frente uma imagem, imagem esta indefinida que apenas me fazia gestos para voltar ao outro lado da grade. Assim o fiz, e muito chorei. Me senti fracassada por não ter concluído meu objetivo pela terceira vez.
O fato é que não suporto as pessoas me falarem que sou nova e ainda tenho muito que viver. A idade não significa nada. Porque julgam que eu que ainda estou com meus 21 anos tenho muito o que viver de um senhor de 50 anos. Quem determina a rota da vida é Deus. Isso é um fato. Existem seres que se destinam ao mundo por horas, alguns dias ou apenas alguns minutos. Cada um tem um destino. Eu ainda não sei o meu.
Porém, sempre penso que se for para sofrer demasiadamente, prefiro entao deixar para uma outra vida se assim for. Nesta eu já não quero mais.
Sinto-me sozinha (assim realmente estou). Me afastei das pessoas porque é complicado compartilhar mágoas e lágrimas. Isto é realmente único, que somente e unicamente dentro de nós se passa.
O transtorno Bipolar (alteração de humor constante – depressivo, alegre, triste, irritado, nervoso), isso também me traz certas dificuldades de convivência com as pessoas. E para não magoar ou brigar com alguém, prefiro eu simplesmente não as envolver a fundo.
Existem épocas em que me controlo bastante, e consigo manter uma vida normal. Isso vem de dentro de mim. Já passei mto tempo sem chorar, e muito tempo sem sorrir também. Mas o que não consigo é parar de falar e me expressar.
Talvez não seja tão simples compreender. Ou talvez pareça ser.
Mas a cada médico que assim tentou, nenhum soube o que me dizer.







Agradeço ao Alberto por teres tomado partido de colocar para os colegas escritores o motivo pelo qual não ando ao aceso assíduo. O mesmo dá-se por este texto, ou por muito mais que as palavras não saíram.



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