
Beija-Flor
Data 21/01/2022 03:41:58 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| O dia se dissipa em memórias duras e disformes Ergo a minha armadura e minha máscara usuais Não a causar ilusões, porém assim eu me blindo Das agruras da vida. Em minha defesa me armo Assim me poupo, quase ileso, de dores e sustos O pássaro em mim se confundirá com os ventos E o céu com as verdades que sempre irei primar Vou escrever versos crus, sem diluir as palavras Inserir loucos gritos entre as páginas deste livro Olhar o mundo impiedoso com olhos de estátua Deixar a angústia e a incerteza do lado de fora É certo que tens algo a dizer que valha atenção Mas não com os lábios de beijar, esses de sonho Com o que é espelho d’alma, dissolvido em boca Chamar, sem que se precise dizer nome nenhum Sem restar emoldurada, perdida em uma lingerie A esperar pelo mapa prá minha cama, meu gueto Forrado de lírios, delírios rolando ladeira abaixo Como gazela saída do filme que não se entendeu Não há cachoeiras azuis, ou primaveras, lamento Só você e eu, francamente espero que isso baste Para expor, num voo de beija-flor, quanto te amo
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