A semente na taça inventada

Data 11/02/2022 13:36:24 | Tópico: Poemas






Germina no peito
uma semente.
Pousada numa taça inventada.
De pedra
ou de silêncio.
Por vezes, engana a razão.
Outras vezes, é como trigo imaturo,
ondula quando tocada.
Muitas vezes, abre em chaga,
em tremor oculto.
Leva dentro a passiflora,
em toada,
de canto de canora.


A semente tece
a rama do sangue.
É berço e é esquife.
Lugar de poentes sonolentos,
vive em conluio,
com os trevos ausentes.

Semente que respira,
o ar fechado
do espelho.
De paixão, nem sempre.
De dor
ou rosa em brasa, por vezes.

O futuro cava-lhe
o tempo, que velozmente esmorece.
Palpita...
Palpita...
Palpita.
Bate fundo e perece.












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