De costas viradas para Ucrânia

Data 03/03/2022 10:46:13 | Tópico: Poemas


É doloroso ver sorriso apagado
No rosto duma criança,
Mórbida esperança,
Ferros e ferras andam à solta no prado

Já não há pastos pra o gado
Nem sorrisos n’olho da praça,
Rolam, rolam ferros da matança
Pelas ruelas do exício comissionado

Ódio, armas e balas,
Aprazam sonantes gargalhadas
Que se ouvia nas ruelas cheias de esperança,
Cada corpo que cai, um destino, o escuro das valas

Passam dias e noites
E, entre o zumbir das balas
Improvisam-se valas comuns,
Pra corpos enterrar sem vigília

Tantas lastimas, tantas lágrimas,
Ocidente tanto fala e nada faz
Senão, encarnar-se na pele de fantasmas,
Que só atiçam a tenaz birra do invasor

Cai em desuso o afamado dizer:
“É o povo quem ordena…”

Putin ordenou…
Ocidente se acobardou
E, em nada ajudou,
Pra enxugar lágrimas que o povo derramou

Adelino Gomes-nhaca



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