Poemas : 

De costas viradas para Ucrânia

 
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É doloroso ver sorriso apagado
No rosto duma criança,
Mórbida esperança,
Ferros e ferras andam à solta no prado

Já não há pastos pra o gado
Nem sorrisos n’olho da praça,
Rolam, rolam ferros da matança
Pelas ruelas do exício comissionado

Ódio, armas e balas,
Aprazam sonantes gargalhadas
Que se ouvia nas ruelas cheias de esperança,
Cada corpo que cai, um destino, o escuro das valas

Passam dias e noites
E, entre o zumbir das balas
Improvisam-se valas comuns,
Pra corpos enterrar sem vigília

Tantas lastimas, tantas lágrimas,
Ocidente tanto fala e nada faz
Senão, encarnar-se na pele de fantasmas,
Que só atiçam a tenaz birra do invasor

Cai em desuso o afamado dizer:
“É o povo quem ordena…”

Putin ordenou…
Ocidente se acobardou
E, em nada ajudou,
Pra enxugar lágrimas que o povo derramou

Adelino Gomes-nhaca


Adelino Gomes

 
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Upanhaca
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Enviado por Tópico
Upanhaca
Publicado: 03/03/2022 10:48  Atualizado: 03/03/2022 10:48
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Localidade: Lisboa/loures
Mensagens: 8305
 Re: De costas viradas para Ucrânia
Já não se ouve o canto dos pássaros
Nos jardins infantis da Ucrânia,
Senão, o zumbir das balas,
Que furam madrugadas
Pra semear a morte
Nos corpos inocentes da gente do povo.
E nos olhos do mundo,
Só mora o silêncio.