
As Pás do Moinho
Data 26/04/2022 17:31:30 | Tópico: Poemas
| Chegavas pela última palavra enquanto a tarde se fazia noitinha E tua chegada era qual um sopro da brisa vespertina dos verões Mas, se a morte jamais ergueu o véu que agora te oculta de mim É que tu não morreste, eu é que morri nesta fábrica de tristezas
O peito trespassado sob os céus amargos que só outono em abril Pois tu foste cumprir o silêncio do adeus, deixando-me o desterro Eu sei que as pás do moinho da vida devem para sempre se mover Girando a mó mesmo sobre as preciosas memórias, reduzidas a pó
Volvendo em desertos a terra que antes era fértil e de promessas Não, não morre quem partiu, morrem aqueles quem um dia tocou A quem restará somente essa saudade dolorosa e nostalgia aguda Sou tão parco sem ti, sou pedra sem brilho, num mundo só de dor
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