
"Mea Culpa"
Data 23/06/2022 15:30:59 | Tópico: Poemas
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É possível ler na paisagem urbana Aquilo que é difícil, impossível ver No meu rosto, o esgar sem esforço Que nem todos entendem, provo a
Loucura a trepar por igrejas frias, nuas Pra ver o tísico universo, paciente Responder a um cego mudo brando, Eu sou o resultado de algo que nego,
Consequente à minha própria Inconsequência mecânica, Por conseguinte exponho na pele E exponencio na consciência sobretudo
O privilégio régio, magnânimo Como se fosse vício, delinquência Galga, quiçá consciente a noção do crime De pungente mea-culpa,
O aborto métrico, sintético, O desacato mental genérico, O pensar mais baixo, mais rude, mais duro, Resinoso, oscilante e menos pragmático,
Eu sou o mau exemplo, o mau futuro De tudo aquilo que julgam acerca, A insanidade mental perfeita, Com mais defeitos que qualidades,
O pé de atleta, o carbúnculo, o seboso, O obstetra cego, o nado morto, o gordo, O gago, enfim o geneticamente cru e cruel, O amargo na boca, o rabo torto da porca …
Jorge Santos (06/2022)
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