Hoje venho homenagear pessoas normais Gente que não teve um pai bêbado, mãe louca Uma casa comum no lado sul da cidade Onde ninguém morreu de doença ruim Onde todos os rostos emolduravam sorrisos Gente que não viveu nenhum amor tórrido Antes relacionamentos mornos e lineares Pessoas com mais chapéus que sapatos Que caminham semi-gordos e satisfeitos pela rua Os que querem e são queridos nos empregos Sem tapetes a puxar ou desabar sobre um puxado Com seus Rin-Tin-Tim e suas Lassies perfeitos E os flautistas seguindo os ratos Mulheres delicadas, sensíveis e amorosas Cavalheiros extremos quase sobre-humanos Malditos vendedores de falsas ilusões Eu nunca serei normal, vejo trovões, relâmpagos Faço caretas para me proteger nas esquinas E me feri devorado por amores calcinantes Plenos de emoções intensas e inesquecíveis Entre minhas palavras tão retas, quão diretas Pai louco e mãe bêbada, mas honestos Um tanto esguio a esquivar de armadilhas Caminhando descalço para sentir a terra Dia a dia um trabalho de matar para não morrer Meu cachorro branco e preto vira-latas Minha vida imperfeita não pode ser melhor Normais, que seu lugar esteja reservado no inferno!
|