Fortaleza
Data 22/09/2022 18:16:08 | Tópico: Poemas
| Naquele dia era meio dia e anoiteceu de dor e amargura A morte me tocou o peito e eu mal pude saber o porque A sede é instantânea, sombras ocupam tudo que era luz É um fio que se rompe fácil, um golpe no início da tarde De nada vale afogar-se em pranto, a hora é de despertar
Todas aquelas linhas em branco das páginas do caderno Aberto a imitar um par de asas, não vão guardar os dias Ou as horas escuras que se passaram, tal marés na noite E sem se lograr guardá-las tornar-se-ão brancas espumas Como onda que se choca no rochedo, vai ao céu e some
Ah vida cega, eu passageiro da morte, te ofereço versos Calados na garganta. Hoje trajo novas vestes, renascido Pois minha boca enfim encontrou respostas em tua boca E assim olvidar as cicatrizes que n’outro tempo carreguei Repousar ora revivido no plácido vale entre os teus seios
Nas curvas meigas de teu corpo, semeei minha fortaleza E servir-te com fidelidade, é minha mais áurea conquista
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