
Azuis
Data 30/09/2022 22:18:21 | Tópico: Poemas
| O poeta é alguém fora de seu tempo, peregrino das horas Por vezes inocente, a se esgueirar como a água passageira Outras vezes quem edifica o mundo, no nascer da palavra Sua voz dá a medida, enquanto o universo morre cada dia O ar brando da tarde assegura que é chegada a primavera O pássaro de asas feridas busca as flores com que sonhou Porém, nestes dias o frio resiste avançando além do limite Vê-se um azul celeste esmaecido em meio às nuvens cinzas Deixando delineada a ideia fugaz que nada mais será igual Até que a aurora se faça à meia noite em inexata simetria É quando o poeta ouve um chamado vindo de dentro de si Uma rosa de metal que se opõe a amuralhar-lhe o coração Soando em compasso às torres de um primevo campanário Vem uma boca, outra boca e logo é um coro e um novo dia Parecendo qual fosse um domingo, um céu e um azul novo Uma estrada sem distâncias, uma claridade recém-nascida
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