Poemas : 

Azuis

 
O poeta é alguém fora de seu tempo, peregrino das horas
Por vezes inocente, a se esgueirar como a água passageira
Outras vezes quem edifica o mundo, no nascer da palavra
Sua voz dá a medida, enquanto o universo morre cada dia
O ar brando da tarde assegura que é chegada a primavera
O pássaro de asas feridas busca as flores com que sonhou
Porém, nestes dias o frio resiste avançando além do limite
Vê-se um azul celeste esmaecido em meio às nuvens cinzas
Deixando delineada a ideia fugaz que nada mais será igual
Até que a aurora se faça à meia noite em inexata simetria
É quando o poeta ouve um chamado vindo de dentro de si
Uma rosa de metal que se opõe a amuralhar-lhe o coração
Soando em compasso às torres de um primevo campanário
Vem uma boca, outra boca e logo é um coro e um novo dia
Parecendo qual fosse um domingo, um céu e um azul novo
Uma estrada sem distâncias, uma claridade recém-nascida


"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
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