VIA FÉRREA

Data 22/11/2022 13:52:00 | Tópico: Sonetos

VIA FÉRREA

Era muito quente, úmido e escondido
Nas ravinas sinuosas das vertentes.
Onde, longe das casas e das gentes,
Andávamos em busca do insabido.

Ainda muito novo e convencido,
– Ou igual diziam lá, “dado a repentes…” –
Os seguia pisando nos dormentes
Dos trilhos suburbanos a corrido.

Mas, para não passar como covarde,
Tinha-de acompanhar sem dar vacilo
Aos vãos do pontilhão sem mais alarde.

Um monte de moleques era aquilo!
Que na linha do trem gastando a tarde,
Atravessava um tempo mais tranquilo.

Betim - 21 11 1998



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=364982