Perdoe-me se este verso noturno saltou do papel Antes que eu pudesse evitar, sim lutei para evitar Posso jurar que já te esqueci, até rasguei tua foto Nem imaginei escrever nenhuma palavra proibida Eis que me faltam as melhores para te descrever Não pensei em rimar amor com dor ao falar de ti Quando a vida negou-se a seguir, tatuando a pele Juro que deixei partes em branco, qual silêncios Feitos de nuas palavras há tanto impronunciadas Que deixei em signos enterrados na areia do mar Sem mapa algum, para que os pudesse encontrar Perdoe se nosso sonho cativo partiu como águia Revoada que te revelou, adivinhou e enfim calou Então fecha os olhos, sente o cheiro das maçãs Ouve um último lamento, escrito em clave de fá Na dança do fogo, o som triste do oboé em mim Imagina que tudo que outorgamos pelo caminho Descansa na semente da árvore do novo futuro