
Sementes (Se mentes)
Data 24/01/2023 14:17:08 | Tópico: Poemas
| A noite estende seu negrume nas horas de ninguém São duras sombras que ceifaram a luz sobre o trigo Teus sinais vivem em mim, imersos em minha fronte Onde viram o passar de uma lágrima a outra lágrima Marcas de mar e fogo a desafiar o passar do tempo Nas costas, marcas submersas como antigas chagas Inundadas pela preamar remota da memória dorida Fostes a raiz de tudo, a lua e estrelas, voz e silêncio O poente e a alvorada, a permanência da esperança Mas preferiste ser navio às cegas a rumar sem farol O gesto apagado, adeus não acenado ao sol poente Uma distância sem estrada e um amanhecer sem sol Porém tu permaneces no meu coração atormentado Que ainda aguarda a vinda do amanhecer definitivo Que trará signos nas veredas dos ventos do destino Teus sinais ainda difundem-se, perniciosos, em mim E compõem inúteis notas d’uma canção sem música Poeta, seguirei na sina que me foi gravada na carne Cavar em silêncio até renascerem sementes de amor
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