era para ser uma carta de desamor

Data 18/03/2023 11:26:27 | Tópico: Prosas Poéticas

perdemo.nos, os dois
tu, nos teus despojos de guerra
eu, nas conquistas que não vivi.

de equinócio em equinócio e cantatas
atravessados por sombras e brilhos das personagens
o filme sempre foi o mesmo
mudo e a preto e branco
e de cor só nos solstícios
ou então sempre fomos cegos
nunca estivemos aqui.

perdemo.nos, os dois
tu, naquela música decessa
como uma espécie de resignação repetida
eu, em pontas dos dedos perdia os dias pelas mãos.

as minhas mãos não são o que falam de ti
garante minha voz
sim, ninguém fala sozinho a
menos que se perca a noção
eu perdi.

andei séculos a tentar convercer.me do contrário
desci a pique o elevador da "glória"
até encontrar.me no limbo.

e no fim, nenhuma voz
nenhum silêncio
apenas dois corpos sentados a trocarem um sorriso
ao terceirp copo de um tinto reserva
e palavras póstumas.

HC
MMXXII
in " campos de edredâo"


























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