Semideusa de oração

Data 22/03/2023 00:21:13 | Tópico: Poemas


A fala crava-se
como fontenário,
à sombra. Espera
o cântaro com a boca em secura.

Também a palavra se finca,
na sombra.
Oculta-se entre galhos, fustigada
pelo oculto súbito.

No sermão da pedra,
com um fósforo frio, entoa
lírios negros,
pelo lodo da mão.

Quebra-se, no pulmão da água.
Em obsidiana ilusão.
Harmoniza-se, no silêncio.
Em semideusa de oração.













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