Alzheimer

Data 27/03/2023 14:18:01 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Os relógios traiçoeiros se apropriam da face das horas
Enquanto buscamos aquilo que chamamos nosso lugar
A esquivar-nos de sóis candentes, cada manhã da vida
O tempo rola indiferente moendo todos nossos sonhos
Enrugando nossas faces, consumindo o que trazíamos
Nas oficinas de nossas mentes, até chegar a alienação
Moendo, roendo, consumindo, reduzindo, ferindo-nos
E as lembranças rodopiam, misturando e confundindo
O estranho mistério que nos sequestra entes queridos
Tão estranho quanto o nome, que esqueço quem deu
Como se o destino partisse antes deixando inacabado
Esse relógio que desfolha a memória qual os ciprestes
Levando todos monumentos, as testemunhas do viver
Sem esperança ou recompensa no horror da incerteza
Ricos ou pobres enfim igualados em uma única mazela
Pouco importa, um acaso inidôneo a apagar todos nós


Doença descoberta por volta de 1915 pelo psiquiatra alemão que lhe deu o nome, tem origem desconhecida, bem como as formas de prevenção. Alcança 1 em cada 6 mulheres e 1 em cada 10 homens. Já matou desde a descoberta, mais de 50 milhões de pessoas. A data das campanhas de prevenção começam em setembro... mas porque esperar até lá?



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=366313