
Inútil
Data 08/05/2023 12:00:42 | Tópico: Poemas
| Tantos nascerão ou morrerão nesse tempo poema Enquanto a lua perambula sobre as ruas desertas Na margem do rio que levou minha inocência mar Ouve-se um uivo lobo ecoar na sua natureza crua
Renasci por vezes em cada madrugada longínqua E na aurora essa saudade flor ainda nasce lá fora A assistir velhos sonhos em filme puro kodacolor Celebro meu prazer de sentir mais do que pensar
Sussurro segredos inquietos ao vento antes de ir Por caminhos orlados de crisântemos multicores Para escapar do labirinto, tu e eu de mãos dadas A recitar versos sem palavras imersas em solidão
Esboço nossa história no chão de terra crestada Sem me olvidar a diversa arquitetura das nuvens Nosso claro suor, cai às gotas sobre a dura pedra Somos menos ilusórios se na dicção dos pássaros
Por trás de uma fatigada retina trêmula e tensa Pagamos o preço de nossa oposição aos ineptos Um perambular contra os infensos da gramática Suas sintaxes obstinadas a devorar emes e esses
Devemos escrever de forma simples, epidérmica Mas plena de objeto e presa apenas à liberdade Seguindo menos atento às buzinas que às vozes Para não quedar-se inútil à margem de si mesmo
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