
O livro da estupidez em x-actos - Acto 14
Data 25/05/2023 17:49:07 | Tópico: Poemas
| Um absurdo da língua é falar sem saber ler Dar tempo ao tempo porque nada se passa E andar para trás a apagar erros do passado Chegar a casa, beber até cair e adormecer Esquecer onde deixou a vida oca e devassa E acordar três dias depois ainda ressacado
Isso sim é saber viver no limbo mais fino No fio da navalha que nos corta e recorta Que matreira nos vai fatiando no amanhã No limite saímos abraçados a igual destino De olhar fixo na estranha natureza morta Que nos consome logo cedo pela manhã
A inocência do tolo mata como um pecado A sua doce estupidez é o seu metrónomo As suas pequenas mãos engolem o mundo A salivar profere pragas extasiado, drogado Tremem-lhe as entranhas e ele, monótono Repete o discurso num silêncio vagabundo
|
|