
No banco da estação
Data 29/05/2023 16:18:13 | Tópico: Poemas
| No banco da estação numa tarde de sol a pino Recosto-me na sombra macia das tuas palavras Leio o livro que conta segredos em teus lábios E sussurras carícias na língua em que me falas Dialogas com o olhar, ébrio deixo que me leves Bebo, pouco a pouco, as verdades inconfessas no mar de tua boca que embriaga minhas mãos Que murmuram ocultos vocábulos com o tato No teu pequeno barco transportas meu alento Diviso teu corpo sem mapa nas rotas do tempo Já nem importa o rumo que este barco me leve Vamos de sonho em sonho a buscar horizontes Sob um céu onde o ar tépido enleia preguiçoso E todos os pássaros vêm cantar com minha voz Qual no dia que, nos ninhos, já não chove mais Na esperança que tu os ouças nos meus lábios Seguimos aliviados e ligeiros ao trem que passa Transportados de ida e de volta, sem passagem A fumaça do trem que parte apita viva e louca Pelos trilhos que nos levam conhecer o infinito
|
|