
Retalhos
Data 24/06/2023 00:21:40 | Tópico: Poemas
| Há alguns dias que a inspiração se escondeu Nesse tempo rapinado de cotidianidade nua Nestes tempos que meus pássaros agonizam São-me tempos em que amordaçam os anjos A morosidade abrumada, tempos tão iguais Renego-me a mera condição de espectador Solto amarras vibro música, pintura, poesia Resisto, me ergo, experimento abrir as asas Rebelo-me aos anjos, pois que tenho a alma Ainda que não faça da noite uma alvorada Não me afogo com essa sede de horizontes Essa sede de chuva em tempos de desertos No exílio do orvalho, no alarido dos órfãos Na sede uivante, desaguada que nos cerca Renasço a poesia, sôpro do recreio infinito Por libertar-me os pássaros de um desterro O seu folguedo de asas, imaginação insone Tece alinhavos de voo, aventura de cristal
Aos críticos de plantão: Eu sei que sopro (ô) não tem mais esse acento diferencial... mas eu não gosto. Fica, por vezes parecendo sopro (ó). Pois bem.
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