A verdade
Data 06/07/2023 20:41:34 | Tópico: Poemas
| Quero o gosto de perder-me pelas veredas de minha solidão Onde encontro a mim mesmo, no desmedido eco do que fui Na maturação do todo o pranto e o júbilo de ser quem sou Tantas vezes imaginei em me fazer à margem d’outros olhos E mesmo em ouvir a melodia que agradava a outros ouvidos Mas, o tempo veio ensinar o quanto é preciso dizer um não Pois não há como explicar da brisa leve a quem não a sente Nem há como recitar o verão, quando lá fora está nevando Como sentir o perfume inesquecível, se é dia de despedida E a nossa primavera menina, não retornará, nem por milagre Devolvendo a beleza albergada pelo sangue e o calor da vida Se o que há por vir é o novo inverno que a mim só emudece E faz que o poema entorpeça, ligeiro, para depois evadir-se Sob as ameixeiras, nas últimas flores pálidas, jaz pelo chão Prefiro fazer-me invisível, inclusive aos mais ingênuos olhos Seguindo a leste do paraíso, apenas no silêncio do dia a dia Repentinamente imaginar-me referto de uma anônima magia Renovando assim a graça da criação, saber que deus é deus Mas há a verdade do cavalo, que branco, na campina pasta
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