Poemas : 

A verdade

 
Quero o gosto de perder-me pelas veredas de minha solidão
Onde encontro a mim mesmo, no desmedido eco do que fui
Na maturação do todo o pranto e o júbilo de ser quem sou
Tantas vezes imaginei em me fazer à margem d’outros olhos
E mesmo em ouvir a melodia que agradava a outros ouvidos
Mas, o tempo veio ensinar o quanto é preciso dizer um não
Pois não há como explicar da brisa leve a quem não a sente
Nem há como recitar o verão, quando lá fora está nevando
Como sentir o perfume inesquecível, se é dia de despedida
E a nossa primavera menina, não retornará, nem por milagre
Devolvendo a beleza albergada pelo sangue e o calor da vida
Se o que há por vir é o novo inverno que a mim só emudece
E faz que o poema entorpeça, ligeiro, para depois evadir-se
Sob as ameixeiras, nas últimas flores pálidas, jaz pelo chão
Prefiro fazer-me invisível, inclusive aos mais ingênuos olhos
Seguindo a leste do paraíso, apenas no silêncio do dia a dia
Repentinamente imaginar-me referto de uma anônima magia
Renovando assim a graça da criação, saber que deus é deus
Mas há a verdade do cavalo, que branco, na campina pasta



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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