ROTINA DE OUTRORA

Data 01/08/2023 02:32:30 | Tópico: Poemas

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Se foi o tempo quando o tempo não
era contado, passava despercebido...
Abraçava-se todas as madrugadas,
bebia-se a boemia com sofreguidão...
Deliciosa irresponsabilidade!...
Quando batia o cansaço etílico,
a pedra da mesa era o travesseiro
e um confessionário sem ouvidor...
A saliva escorria da boca enquanto
versos bêbados eram balbuciados...
No palco, o arrasto do veludo grená
cerravam as últimas gargalhadas da
chanchada barata, necessária ao povo
do Centro do Rio à Lapa, das gentes
da vida...  Sob risinhos furtivos nos
bastidores, os contos burlescos e
trágicos eram combinados com minúcias...
Serviçais lustravam os vitrilhos, luas e
estrelas, enquanto rainhas e princesas
recosturavam as meias arrastão,
refletiam os espelhos dos
refletores para as atrizes; únicas
dos intensos brilhos, mentoras
dos sonhos.

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