Na boca de cena

Data 16/08/2023 16:27:38 | Tópico: Poemas



De boca graúda.
Toda por inteira!
Com palavra curta.
Ou silêncio em largura.
Farsa.

Na plateia.
Não há farsa!
Disfarça um olho pl`outro.
De boca desmanchada.
Com a mortalha na lapela.
Com o braço hipnotizado.

Na hora teatral, conta e canta.
Espinhos e levantes.
Pedaços de animais, flores
e cores trovejantes.
Vindos das arcas d`antes.
E dos enxames de rosas.
Das maçãs e do mel.
Terá fel?

É uma farsa!

Fechando e abrindo o leque.
Escamam-se as figuras magnânimas.
A farsa ateia o corpo.
As pantomimas acendem a cabeça.
Na boca de cena.
Há sempre uma mulher.












Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=368667