Poemas : 

Na boca de cena

 


De boca graúda.
Toda por inteira!
Com palavra curta.
Ou silêncio em largura.
Farsa.

Na plateia.
Não há farsa!
Disfarça um olho pl`outro.
De boca desmanchada.
Com a mortalha na lapela.
Com o braço hipnotizado.

Na hora teatral, conta e canta.
Espinhos e levantes.
Pedaços de animais, flores
e cores trovejantes.
Vindos das arcas d`antes.
E dos enxames de rosas.
Das maçãs e do mel.
Terá fel?

É uma farsa!

Fechando e abrindo o leque.
Escamam-se as figuras magnânimas.
A farsa ateia o corpo.
As pantomimas acendem a cabeça.
Na boca de cena.
Há sempre uma mulher.











Zita Viegas















 
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atizviegas68
 
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