Assomando as ruinas… no Luso

Data 19/09/2023 02:22:54 | Tópico: Poemas

Abrir esta janela, há tanto tempo fechada
É triplicar noites no olhar
Sem a moratória
Do amanhecer das tardes
Do entardecer das manhãs

Aqui
Neste lugar
Arrulhávamos
Os nossos sentimentos
No anonimato
Dos rostos

Aqui salivávamos a ternura
Com palavras estrangeiras
Através da nossa língua
Siamesa
Sem especificar
A nacionalidade
Das letras
Nos poemas


Agora que foste embora
O vestígio das tuas palavras
Mareiam as esperanças
Morridas pelo desapegar
Dos lábios
Em prosa

Agora
Todos os adeuses
Entristecem as futuras horas

É assim …
As fendas
Depois dos apegos
Sabendo ao sal
Das ondas
De uma só maré

No fundo
Não fomos capazes
De soletrar
O Amo-te
Capaz de ressoar
Para o resto das nossas histórias








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