Rascunhos estilhaçados de poemas inacabados

Data 11/12/2023 18:10:59 | Tópico: Poemas

Rascunhos estilhaçados de poemas inacabados

Rascunhar teu corpo no mapa
exalando poemas inacabados
a meio a tempestade
que aprendi a ficar no centro
de forma misturando tintas azuis e vermelha
escorrendo e transbordando pelas veias
...e artérias de um coração fragmentado
no espelho da vida...
...
vivificando cada momento imensidade
pintado a óleo n'um quadro emadeirado
na parede da mente curvada ao sacro
devido as terríveis dores de maio's.
...

vestindo solidão-ilusão notívaga
de uma quietude primaveril sem pressa
vibrando o aroma do perfume
que provêm das lembranças
arquivadas na memória da pele
...Nas dobras esguias do teu corpo
reluzente de amor sempiterno ...
...

Feito folhas ao vento o vai e vem da árvore
provocam pensamentos viciados em ti
providos da clausura de Visconde Laguna
largada ao leo do tempo e do vento...
...

Nosso castelo construído de flores
na floresta encantada d'onde habitavam
sementes germinadas de paixão sem limite
... sem censura degustados na âsia
...do querer
e do ter...
Hoje trago no peito um querer suprimido.
...

... um querer que já não pode...
mas, com a sensação de ter tido intenso e imenso vangloriado pela saudade eterna...
Mesmo que a magia emocionalmente perdida
tenha sido destruída na calçada da fama...
...
pois, nosso amor foi vivido no ápice
...e também a dor que dilacerou o coração
nas lágrimas furtivas navalhadas pela lapidação
do diamante de primeira água...
Escrevinho esses rascunhos estilhaçados
do que de fato tenha ocorrido
numa vestimenta d'onde o luto impera demonstrando assim em 200mil letras garrafais
... o que restou de um amor freneticamente
contido nas linhas da poesia que escrevo
e me escravizo com o que foi o melhor de nós
na amazônida forma
de ser...
... de ter
e manter-se
no escrínio vivo e inesquecível
desenhado nas entranhas do tempo
e não no mesmo espaço quedado...
...

Em nosso final de tarde desacordado
no funeral gélido das cordas azuis
tocadas por uma marcha fúnebre.

Ray Nascimento





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