De um depois e antes do resto - Acto 112
Data 25/01/2024 18:13:14 | Tópico: Poemas
| O caos aberto em flor neste orgasmo primaveril Chilreava incessante movido por fome insaciável Devorava imundos os sonhos de gente pequena Um olhar fumegante rubro de contorno pardo vil Pincelado num exótico odor sulfúrico e execrável Fixava os heróis renascidos das cinzas sem pena
A vida dura apenas aquele tempo desnecessário Aquele entre o renascimento e uma nova morte Uma efémera fracção de ser ou de antes ter sido O movimento abstracto da mão viril foi ordinário Sentenciou numa vida submissa toda a sua sorte Esquartejando seus passos num sentido mórbido
As cores boreais que saboreava do alucinogénio Miragens transcendentais em precipícios loucos O sexo involuntário e nu no corpo autoflagelado Lambiam nas feridas desses suicidas do milénio A carcaça purulenta que se desfazia aos poucos Contorcida pelo frio gélido de um olhar mutilado
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