A Vontade de Ler - Acto 120
Data 24/02/2024 11:56:48 | Tópico: Poemas
| Os porcos que escritos em ruínas e velhos muros Deliciados com o som seco e pardo do vento frio Tão igual a esse que engasga os seus sinónimos Desfazem oratórias em gestos nulos e inseguros Saciados dos incautos iliteratos sem chão ou pio Como os seus déspotas surdos-mudos anónimos
Aplaudem num coro uníssono a morte prematura Trazida pelo linchamento público de letras doces E despreocupadas d'um poeta que versa o amor Aqueles que lambem mutuamente a carne dura E esquivam da faca do talho os golpes precoces Infligindo nessa leitura chagas de irreparável dor
A vingança conta que amanhã todos me choram Sem memória lamecha de bom ou mau tal vilão Arauto de palavras exóticas que aqui entranhas O ponto final ainda mal se vê e todos o adoram A interrogação traz dúvidas entre o sim e o não Esta morte só é certa após duas vidas estranhas
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