Plural

Data 28/03/2024 15:08:42 | Tópico: Poemas


As mãos em concha nas primeiras
palavras da manhã.
Anuncia-se um ruído de sombra
sentado na soleira da insónia sibilante.
Persistem os verbos partidos como o dia
desavindos como os cacos da taça sobre a mesa.

Nada de especial
afinal.

Adensa-se a chuva permanente
as cicatrizes encostadas à lógica das paredes
nos limites da linha d'água.
Os olhos entretêm-se com a movimentação da luz
e lembram a urgência das tintas
na reestruturação da voz.

Para que o silêncio nos encontre numa crença
que ainda exista em algum lugar.




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