CUMULUS

Data 02/04/2024 13:38:18 | Tópico: Poemas

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Quimera. Entre os galhos ralos
do ipê amarelo que teimou em
florir antes d'época, vi seus raios
mornos aceitarem as investidas
das nuvens deformando o céu.

Levantou-se lento esta manhã, e,
o brilho do teu olhar perspassou
perante aos meus que ainda um
tanto sonolentos, resquícios dos
meus andares notívagos outonais.

Noite sem os açoites raivosos,
mas, brisas enciumadas; varriam
as sarjetas e as saudades que
seguiram-me passo a passo até
a porta, no rodar das chaves ao
velho sofá remendado, rabugento,
que me censura há décadas meus,
retornos boêmios, etilicos, felizes...

Porquês que sobressaltavam-me
aos poucos foram dissipando-se;
fantasmagóricos os lampadários,
com seus focos de luzes mórbidas,
cenário, palco onde bebo e canto...

Para me livrar dessa 'urucubaca,
só erguer-me e ir macumbar na
estrada, e sem demora, ou contratar
uma boa cartomante, que não minta,
ou rezar no altar maior da matriz de
Nossa Senhora Senhora...




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