Hipnose de ouro negro

Data 25/04/2024 05:18:25 | Tópico: Poemas

são gritos que emergem do meu peito
troncos de árvores

a natureza.
ela me quis. múmia.

hiberno e sonho nada.
sou o cheiro da terra
coberta de verde
e esqueço-me de existir

subtraio a dor do saber.
multiplico o peso -
função da massa e gravidade -
a força dos ramos
que me escondem
e sou de natureza animal

predadora sem pressa ou presa
apenas vontade

o manto negro deita-se comigo
os olhos em brilho vibrante
e ofusca-me a mente enegrecida

hipnose de ouro branco
coma ascendente
onde o tempo se mede em pautas de música
teclas de um piano velho
soldado aos dedos
do pianista em decadência imortal

do violoncelo que toca guitarra
quando o som recolhe ao quarto




Devagar, abriu o portão
visivelmente debilitada – coxeava
e quando o viu, parou

ele descia as escadas
incrédulo
e aproximou-se dela

ela olhou-o sorrindo
enquanto ele a olhava fixamente
semblante carregado
preocupado?

ela pegou-lhe em ambas as mãos
beijou uma delas e fixando-o disse
“cheguei” .





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