MOTO-CONTÍNUO

Data 13/05/2024 23:20:44 | Tópico: Sonetos

MOTO-CONTÍNUO

Talvez eu seja apenas mais um tolo,
Incerto se engano a mim ou a toda gente.
Como quando em contínuo indiferente
A água no sobe-desce do monjolo.

Se face à gravidade não há dolo,
Tampouco o movimento é inocente:
O ciclo se repete tão-somente,
Em seu trabalho infindo do alto ao solo.

Assim, também a vida como a vivo
Segue com precisão de mecanismo
As alturas e as baixezas do egoísmo.

Mas leve é meu esforço… Algo furtivo
— Ignoro se ao começo, meio ou fim —
Que s'enche e s’esvazia dentro em mim.

Betim - 13 05 2024



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=372562