bens de mão morta

Data 05/06/2024 23:04:27 | Tópico: Poemas

à sua passagem
o mundo é desordem
e infinito
porque tem o hábito
de tudo guardar quanto foi doado
à morte e ao silêncio

que até poderia ser poesia
malgrado o porte solene
de quem torna a casa
e sublinha
todos os cadernos
de gavetas mal fechadas e

mal termina encontra
o sol a invadir os ecos
do piano
e as cinzas do último cigarro
ainda a fumegar


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