
Poema de Ninguém (11ª Poesia de um Canalha)
Data 15/06/2024 11:05:02 | Tópico: Poemas
| O nevoeiro caído ali perto dos meus cegos olhos Com mãos abertas a um dia qualquer que viesse Qual onda deste mar só que só me molha os pés Emudece-me na boca estas palavras aos molhos Abraçadas num poema prostituto que se oferece Eunuco, a esses leitores ignorantes das suas fés
O bordel poético onde se entranhou dedo a dedo Por rubras paredes de ais desafinados e iletrados Libertava o prazer em estranhos gemidos de dor No andar curvado sussurrava um esgar de medo Que misturava com uma culpa virgem dos fados Cantados a cada esquina em triste rouco clamor
O amor passou acolá esquecido por uns trocados Temperado de vinho de tasca e alguma prosápia Onde o poeta perfumava o chão de triste alegria Ele ria como louco por ser um dos mais amados E inventava letras que rimassem com tal volúpia E depois matava um poema que ninguém queria
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