
Por que não? (121ª Poesia de um Canalha)
Data 29/06/2025 17:09:42 | Tópico: Poemas
| Deixas-me assim o teu amor anti-inflamatório Sem dó deste rosto que o tempo deixou gasto E amaciou com essa mão num estranho gesto De meio abraço atrevido em descanso inglório Que de pouco muito se fez tal passado incasto Onde a soma de todas as paixões era protesto
É filho do mundo o verso que escrevia a gosto Nesta raça que lê basta no sonho de um justo E solta a raiva numa tenra idade de puberdade Jorra de outra fonte o verbo de um rei deposto O poema livre do poeta cativo de olhar adusto Que escondo assim em mim por louca vaidade
Desfilo nu o livro duma silhueta ainda estreita Que deixa a fome alimentar-se da quimera vã Carícia a carícia treme com vagidos de prazer Aquele beijo com sabor a limão da boca eleita Deitada noutro abraço atrevido a maldita vilã Noutro sentir envergonhado difícil de o conter
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