
Poema Impróprio (41ª Poesia de um Canalha)
Data 06/11/2024 17:53:37 | Tópico: Poemas
| O grito amarelo espreguiçado no chão concubino Que se dava aos passos dessas letras alvinegras Ejaculadas contra uns peitos cravejados de balas Sumia-se num olhar pardo e prostituto de ar fino Que sorridente gargalhava por infringir as regras Essas que o faziam mendigar nas vilãs senzalas
Um humor negro morto por ter laivos de racismo Passeava-se-me nas mãos tisnadas por rancores Bailava impropérios nesse sabor verde de inveja Soletrava cada um de nós em tom de narcisismo Despia-nos os sentimentos de anónimos amores E da sepultura renascia-nos o ser que nos alveja
O dia seguinte fez-se alviceleste enfeitado de nós Sem áureas estrelas a brilhar nestas rubras faces Ou breves fados vendados de livros ainda por ler O grito amarelo ouvia-o escarlate quase sem voz Lá longe nesse infinito perdido nas horas fugaces E ecoava na loucura do poeta que não queria ser
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