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Poema Impróprio (41ª Poesia de um Canalha)

 
O grito amarelo espreguiçado no chão concubino
Que se dava aos passos dessas letras alvinegras
Ejaculadas contra uns peitos cravejados de balas
Sumia-se num olhar pardo e prostituto de ar fino
Que sorridente gargalhava por infringir as regras
Essas que o faziam mendigar nas vilãs senzalas

Um humor negro morto por ter laivos de racismo
Passeava-se-me nas mãos tisnadas por rancores
Bailava impropérios nesse sabor verde de inveja
Soletrava cada um de nós em tom de narcisismo
Despia-nos os sentimentos de anónimos amores
E da sepultura renascia-nos o ser que nos alveja

O dia seguinte fez-se alviceleste enfeitado de nós
Sem áureas estrelas a brilhar nestas rubras faces
Ou breves fados vendados de livros ainda por ler
O grito amarelo ouvia-o escarlate quase sem voz
Lá longe nesse infinito perdido nas horas fugaces
E ecoava na loucura do poeta que não queria ser


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Beatrix
Publicado: 05/12/2024 09:11  Atualizado: 05/12/2024 09:12
Da casa!
Usuário desde: 23/05/2024
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Mensagens: 374
 Re: Poema Impróprio (41ª Poesia de um Canalha) / Alemtagus
.
Olá, Alemtagus.

Talvez que a primeira estrofe fosse, de facto, imprópria não fosse o vocabulário contextualizado e pensado num conjunto.
O grito amarelo já não o é, mas antes rubro, escarlate, vermelho. Sem voz.
E tudo começa com " espreguiçado no chão concubino".
Daí a "loucura do poeta que não queria ser"? Louco ou poeta? Ou são sinónimos?
Desculpa o comentário arriscado, mas para este poema só assim.

Ab
Beatrix


Enviado por Tópico
AlexandreCosta
Publicado: 05/12/2024 11:09  Atualizado: 05/12/2024 11:09
Colaborador
Usuário desde: 06/05/2024
Localidade: Braga
Mensagens: 525
 Re: Poema Impróprio (41ª Poesia de um Canalha)
Bom dia!
Tomara que fossemos só poetas daquilo que nos faz querer ser, mas aquela voz é imperativa...

Um abraço