
Um Poema Deste Natal (54ª Poesia de um Canalha)
Data 21/12/2024 12:18:54 | Tópico: Poemas
| Dói-me tanto chão ensanguentado de Jerusalém Tingido pela hipocrisia dos profetas da desgraça Dói-me o céu negro que leva nas asas Damasco E lhe vende pobres almas tão longe e mais além Dói-me cada ruína de Kiev que morta me abraça A chorar o dia de amanhã nas mãos do carrasco
Todas as pedras carregam em si um último olhar A marca de uma bala que nos roubava um irmão O corvejar mórbido que embala tamanha loucura Todas as pedras se perdem no silêncio deste mar Num prazer de perdição que se gritou em oração No tão triste amor desumano que morto perdura
Dói-me ser esta gente a matar gente indiferente De mãos ocas e abertas, sós sem mais ninguém Sem o destino do caminho que me leva tão leve Dói-me estares aí e eu ser a dor assim de gente De este peito sem coração e aberto para alguém Sem horizonte aonde chegue e que leve me leve
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