Enviado por | Tópico |
---|---|
beijadordeflores | Publicado: 21/12/2024 12:32 Atualizado: 21/12/2024 12:32 |
Da casa!
![]() ![]() Usuário desde: 26/10/2024
Localidade:
Mensagens: 464
|
![]() Gosto da profundidade e geometria desta descrição poética da nossa triste realidade atual.
|
|
Enviado por | Tópico |
---|---|
Rogério Beça | Publicado: 21/12/2024 19:06 Atualizado: 21/12/2024 21:37 |
![]() ![]() Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2257
|
![]() 4. Soneto Baleado
Tudo é dor, é tudo o que tenho, que me tinge e atinge no peito já não sangro, a bala aceito acolho-a com um ardor estranho. Duma agudeza, sem fim, eu venho, destroços é meu último leito nos quais, sem escolha, me deito. Perdi a aura, o meu tamanho. Sou um cordeiro num sacrifício, um monte sujo e desfigurado, apodreço, à espera duma vala. Foi este o meu estranho ofício, sem, jamais, o ter planeado, ser destino, fatal, duma bala. De cheiramázedo In Dez Sonetos da Guerra na Crimeia |
|