ARETUSA

Data 30/04/2025 02:53:18 | Tópico: Sonetos

ARETUSA

Eu, casto, não me basto. Antes te busco
O busto teso e augusto posto à prova.
Tu, vasta, cá me arrasta; me renova
O gosto por teu rosto heleno e etrusco.

Incauto, m'enamoro um tanto brusco
Da beleza que guardas para a cova:
Recato… Tu ignoras minha trova
Nas trevas vesperais do lusco-fusco.

Amante da que foge ao próprio Amor,
Transbordo em correnteza ao teu redor
Até que as terras sumam em oceano.

Verterás, todavia, ‘inda mais pura.
A um só tempo fonte e sepultura,
Eternamente choras meu engano.

Betim - 29 04 2025



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