
O Circo
Data 10/05/2025 13:35:45 | Tópico: Poemas
| Com vocês Nadine em passos de rumba! Anunciou o palhaço e o circo aplaudiu. Nadine flutuava como se estivesse na lua. Um espectador que estava nas nuvens acenou para ela. A borboleta pousou ao alcance das mãos do desgraçado. A atriz pegou o boné do infeliz e usou como quis. O circo pegou fogo. O palhaço surfava nas chamas Acesas por Nadine E alimentadas pelos artistas da plateia.
Ao ser visto por Nadine O meu indicador se moveu por conta própria. A borboleta flutuou na minha alma E sugou todos os meus sentidos. As chamas que iluminavam o circo baixaram Em uma vela na palma da minha mão. A minha alma não sabia aonde ir.
Por alguns segundos Colocaram o mundo no mudo. Nas faces havia disfarces e sorrisinhos venenosos, Que na minha ausência virariam gargalhadas intermináveis. Pensei em ir embora, Mas imaginei o palhaço usando o meu nome Para conversar com o lugar vazio. Na plateia todos se conheciam. Fácil, fácil, o meu nome iria parar na boca do palhaço, Que atuaria comigo sem a minha presença.
Imaginei piadas E uma onda de gargalhadas como uma ola nas arquibancadas. Uma onda de gargalhadas agitando o circo Como se fossem redemoinhos endiabrados. A voz dos meus avós ecoou nas paredes da memória: Meu querido, Se na sua presença pegam leve com você, Na sua ausência você será o alvo preferido. Minhas orelhas não iriam esquentar, iriam incendiar. Essa arte sempre desfilou no circo e fora dele.
Nadine nem parecia que tinha sido convidada E abandonada no salão. Tirou de letra e o show continuou. O circo sempre continua no circo e fora dele. O circo continua com ou sem pão O circo toma conta de tudo E cumpre a sua missão.
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