Poemas : 

O Circo

 
Tags:  poesia social  
 
Com vocês Nadine em passos de rumba!
Anunciou o palhaço e o circo aplaudiu.
Nadine flutuava como se estivesse na lua.
Um espectador que estava nas nuvens acenou para ela.
A borboleta pousou ao alcance das mãos do desgraçado.
A atriz pegou o boné do infeliz e usou como quis.
O circo pegou fogo.
O palhaço surfava nas chamas
Acesas por Nadine
E alimentadas pelos artistas da plateia.

Ao ser visto por Nadine
O meu indicador se moveu por conta própria.
A borboleta flutuou na minha alma
E sugou todos os meus sentidos.
As chamas que iluminavam o circo baixaram
Em uma vela na palma da minha mão.
A minha alma não sabia aonde ir.

Por alguns segundos
Colocaram o mundo no mudo.
Nas faces havia disfarces e sorrisinhos venenosos,
Que na minha ausência virariam gargalhadas intermináveis.
Pensei em ir embora,
Mas imaginei o palhaço usando o meu nome
Para conversar com o lugar vazio.
Na plateia todos se conheciam.
Fácil, fácil, o meu nome iria parar na boca do palhaço,
Que atuaria comigo sem a minha presença.

Imaginei piadas
E uma onda de gargalhadas como uma ola nas arquibancadas.
Uma onda de gargalhadas agitando o circo
Como se fossem redemoinhos endiabrados.
A voz dos meus avós ecoou nas paredes da memória:
Meu querido,
Se na sua presença pegam leve com você,
Na sua ausência você será o alvo preferido.
Minhas orelhas não iriam esquentar, iriam incendiar.
Essa arte sempre desfilou no circo e fora dele.

Nadine nem parecia que tinha sido convidada
E abandonada no salão.
Tirou de letra e o show continuou.
O circo sempre continua no circo e fora dele.
O circo continua com ou sem pão
O circo toma conta de tudo
E cumpre a sua missão.

 
Autor
magnoerreiraal
 
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