Para 52 (113ª Poesia de um Canalha)

Data 20/05/2025 06:28:03 | Tópico: Poemas

Dessa idílica voz vestida de olhar pasmo
Deliciada com um cigarro envergonhado
A disfarçar o rubor próprio d'um vil acto
Nada sai senão o silêncio do entusiasmo
E um ai ou outro qu'ali solto e acanhado
É grito uníssono que sela o humano facto

Nas peles dançantes dos corpos húmidos
Desaguavam rios de volúpia e doce viver
Coisas velhas nas novas de mais sabores
Declamados os deliciosos lábios túmidos
Que t'beijam tudo que nessa alma ferver
E pintam d'boémios sonhos teus amores

Se de Natália roubo gosto e sensualidade
E de Barbosa du Bocage artes das gentes
Daí trago desdenho e infausto impropério
Se desta lágrima derramo na infeliz idade
Tal fome de sentir as loucas tempestades
Serei também eu pedaço de povo galdério


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