
O sonho sem despertar
Data 22/05/2025 17:25:03 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Há um lugar onde os passos não ecoam, Onde a brisa fala em línguas esquecidas, E o tempo não sabe morrer. Sonho-me ali, No mesmo limiar de uma porta que não se abre, Perseguindo rostos sem nome E vozes que sussurram promessas Que evaporam ao toque da memória. É um véu que nunca se rasga, Uma névoa onde tudo é quase. Quase verdade, quase fuga, Quase eu. Ali, durmo de olhos abertos, E a realidade se curva como um espelho gasto. Não sei mais se respiro ou apenas imagino o ar, Se vivo ou apenas me repito Em um ritual sem fim. Porque há sonhos que não pedem licença, Nem têm hora de partir. Eles fincam raízes em nossa carne adormecida E florescem — eternos, No jardim do nunca acordar. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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