Pregados na cruz os inertes braços

Data 23/05/2025 15:14:32 | Tópico: Sonetos

Pregados na cruz os inertes braços,
Da alva túnica da vida despidos,
À luz viva de relâmpagos baços,
Aos gritos de trovões enrouquecidos.

É Cristo morto quem se avista ao longe,
Qual virtude de dois homens no meio,
Que teima em ser no inferno asceta monge,
Somente sendo espectro e devaneio.

Mas quem se apaixonar melhor verá,
Por entre a penumbra do rude lenho,
Que afinal prostrado ele orando está…

Porque às chagas do seu calvário,
Olhando o céu e encomendando o espírito,
Subi eu, mortinho por um sudário.

08 de Abril de 1998



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=378222